quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PIRATAS DA SOMÁLIA

Cambistas perambulam com maços de notas de cem dólares. Novas mansões são construídas ao lado de barracos com telhado de lata. Homens na prisão padecem, com um brilho nos olhos, pensando no dia em que viviam como reis. Esta é a história da expansão não muito escondida da economia pirata da Somália. O país está um caos, com inúmeras crianças passando fome e pessoas se matando por uma porção de comida nas ruas de Mogadíscio, a capital. Só neste ano, segundo oficiais somalis, os lucros da pirataria chegarão a US$ 50 milhões. Mais de 75 barcos foram atacados este ano, um número bem maior do que qualquer ano recente.

Os piratas usam lanchas rápidas, estacionam ao lado da vítima e invadem o barco com escadas e às vezes ganchos enferrujados. Quando estão no deck, eles dominam os tripulantes com armas até que um resgate seja pago, normalmente US$ 1 milhão ou US$ 2 milhões. A pinta de qualquer pirata famoso: cheio de dinheiro, os piratas dirigem os maiores carros, são donos de muitos dos comércios locais – como hotéis - e dão as melhores festas.
Os piratas entendem do mar. Eles não têm medo. Eles são ricos e estão ficando mais ricos, com as mais avançadas tecnologias em mãos, como GPS portátil. Os clãs antigos que por muito tempo jogaram os somalis uns contra os outros por décadas não são mais um problema aqui. Muitos piratas capturados foram entrevistados na cadeia principal de Boosaaso e disseram que tem cruzado fronteiras de clãs para abrir franquias novas, lucrativas e envolvendo diversos clãs.
Toda vez que um navio tomado ancora, significa farra dos piratas. Ovelhas, cabras, água, combustível, arroz, macarrão, leite e cigarros – os piratas compram tudo isso, em grandes quantidades, de pequenas cidades pela costa da Somália. Os marinheiros ladrões somalis não são como os piratas bárbaros que aterrorizaram cidades da costa Européia centenas de anos atrás e que tratavam seus reféns como prisioneiros de bordo amarrados ao leme. Os piratas somalis são conhecidos por serem bons anfitriões, normalmente não batem em seus reféns e os mantém bem alimentados até o dia do pagamento.
 "Você precisa somente de três homens e um barquinho, e no próximo dia você está milionário”

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